domingo, 6 de janeiro de 2008

Percepções

Olá!

Num mundo globalizado, onde temos mais acesso a informações, cada vez mais temos percepções diferentes acerca das pessoas e das coisas. (Às vezes me pergunto se isso é bom ou se é ruim, mas vou deixar a parte filosófica para outra ocasião). Tudo aquilo que é diferente nos chama mais a atenção e é sempre mais fácil condenar, rejeitar ou simplesmente ignorar aquilo que "destoa" do meu modo de pensar.
Antes de mais nada, deixo claro que não estou falando de discriminação, de minorias sociais, nada disso. O que quero trazer à tona para discussão é o que se pode aprender com a individualidade de cada um. Todos nós somos pessoas diferentes umas das outras e a beleza da convivência em grupo está justamente em poder aprender com o outro, na sua maneira de desempenhar suas tarefas, na sua sabedoria de vida, nas vivências que teve.



Há uns 4 ou 5 anos atrás eu assisti uma palestra sobre intercâmbio e o palestrante contou um pouco da história do intercâmbio. A idéia é genial e assustadoramente simples: uma pessoa, indignada com a quantidade de guerras no mundo pensou que a causa desses conflitos fosse justamente porque um povo não conhecia a cultura do outro. E se houvesse a possibilidade de enviar pessoas de um país para o outro, com o objetivo exclusivo de conhecer a cultura daquele lugar, ao retornar ao seu país de origem, certamente essas pessoas teriam uma outra visão de mundo e poderiam contribuir para a diminuição das guerras e quem sabe atingir o sonho de qualquer miss: a paz mundial.
Pensando dentro do nosso microcosmo, a mesma idéia poderia ser aplicada de uma maneira ainda mais simples: deveríamos passar mais tempo com as pessoas tentando aprender com elas e não rivalizando com elas. E muitas vezes esta rivalidade nasce sem fundamento nenhum, afinal, se eu não conheço meu colega, como posso falar mal dele?
Essa imagem lhes é familiar?
E se tentássemos realizar mini intercâmbios virtuais dentro de nossos próprios círculos de afeto, de amizade, de estudo ou de trabalho? Certamente aprenderíamos muito.
Einstein já dizia que "O ser humano vivencia a si mesmo e seus pensamentos, como algo separado do resto do universo numa espécie de ilusão de ótica de sua consciência. E essa ilusão é um tipo de prisão que nos restringe a nossos desejos pessoais, conceitos e ao afeto apenas pelas pessoas mais próximas. Nossa principal tarefa é a de nos livrarmos dessa prisão ampliando nosso círculo de compaixão para que ele abranja todos os seres vivos e toda a natureza em sua beleza. Ninguém conseguirá atingir completamente este objetivo mas, lutar pela sua realização, já é por si só parte de nossa libertação e do alicerce de nossa segurança interior."
Vejam como o raciocínio é o mesmo...
Li em algum lugar que "percepção acerca de algo requer envolvimento com ele".
Se extrapolarmos nossa pesquisa para qualquer grande líder humanitário, como Ghandi, Krishnamurti, Cristo, Kardec, Buda, Shiva... veremos que o conhecimento a respeito do outro é sempre uma peça importante para que possamos aprimorar o que sabemos sobre nós mesmos.
Não é fácil, pois é preciso abandonar minha zona de conforto e remodelar conceitos que já estavam pra lá de solidificados...
O que posso dizer a vocês é que estou tentando fazer a minha parte. Sei que é complexo e que demanda muito tempo e energia, mas sei que vale a pena.

Um abração!

3 comentários:

Anônimo disse...

Tudo maravilhoso por aqui. Desde o texto do Oscar Wilde (Um dos meus livros favoritos é O Retrato de Dorian Gray), passando pelo Guilherme Arantes(também sou fã, tenho até um banner dele no meu blog). Vais fazer muito sucesso em 2008, professor!...
Valeu!

Marcus Vinícius disse...

É aquela máxima: aprender com as diferenças. Ou aprender com o próximo, que seja.

Eu faço bastante isso de minintercâmbio cultural. Não por querer, mas sempre por acaso eu vou nas rodas e encontro alguem com opinião divergente da minha. Eu chego a ser flexível demais em alguns pontos, mas acho até melhor do que ser teimoso.

Mas fazer isso direito é muito difícil. Por que na nossa cabeça a pessoa com opinião diferente está errada, o que nos leva a pensar que o que quer que ela disser não vale a pena ser ouvido.

O ruim é que nem todo mundo gosta de aprimorar a inteligencia interpessoal e nem a intrapessoal. O jeito é fazermos a nossa parte, fazermos por nós mesmos, e deixar que os outros aprendam o valor disso sozinhos, que é o método mais eficaz, embora não muito certo.

Fim do post, hehehe.

Abração, mano!

Antônio Dutra Jr. disse...

Uma sabedoria pertinente, ou uma pertinência sábia? Sei lá, é uma bela reflexão.

Cara, esse assunto dá pano pra manga a perder de vista. É por isso que nos damos tão bem, pois nossos horizontes rumam para essas filosofias humanitárias.

O que eu posso dizer é que esse texto vai de encontro com as tantas vezes que afirmei que todas as respostas estão dentro de nós, mas é através dos OUTROS que chegamos nelas.

Portanto, há também coerência em nossas linhas de pensamento.

Grande abraço, mano!